domingo, 17 de outubro de 2010

Falácia ateísta em torno da Teoria do Big Bang não se sustenta

Ao contrário do que tenta fazer crer boa parte da mídia, a experiência do LHC, ainda que seja bem-sucedida, não coloca em choque fé e ciência

Falácia ateísta em torno da Teoria do Big Bang não se sustenta

Em 30 de março, os cientistas envolvidos no experimento LHC (Large Hadron Collider), que tenta reproduzir as supostas condições iniciais do Universo em sua origem, conseguiram ser bem-sucedidos na primeira parte de suas pesquisas, o que levou boa parte da mídia a estampar em suas manchetes de jornal e em seus noticiários do dia seguinte a ideia de que tal experimento poderia colocar em choque mais uma vez fé e ciência. Porém, a verdade é que, ainda que a Teoria do Big Bang seja provada, ela em nada coloca a existência de Deus ou mesmo a Doutrina Bíblica da Criação do Universo por Deus “em xeque”, como alguns cientistas ligados ao projeto fizeram sabiamente questão de esclarecer no mesmo dia. Muito ao contrário, do que os antiteístas (anti-Deus) da mídia dizem, ela abre, sim, as discussões entre os ateus para a realidade de Deus.

A Teoria do Big Bang, como proposta pela maioria dos cientistas, pode não estar 100% em sintonia com o relato de Gênesis 1 (que cremos indelevelmente que é o relato fidedigno, revelado por Deus, sobre a origem do Universo), mas não é, como alguns antiteístas fazem crer, uma oposição ao Deus da Bíblia.

Ela, diferentemente, aponta para Deus.
“Não existe contradição entre elas (teologia e ciência). Sempre voltaremos para a necessidade do Criador, porque a ciência não pode ir além do ponto inicial que deu origem ao Universo. Por enquanto, só existe uma explicação sobrenatural”, afirmou Duilia de Mello, professora de Astronomia da Universidade Católica dos Estados Unidos e cientista da Nasa (Agência Espacial Americana).

Estima-se que a Teoria do Big Bang é aceita por cerca de 90% da comunidade científica internacional. No que consiste essa teoria? Na crença, a partir de indícios apresentados pelas últimas descobertas na área de Cosmologia no século 20, que o Universo, em seu estado inicial, encontrava-se sob uma forma muitíssimo condensada (segundo os cientistas, não maior do que a cabeça de um alfinete) que sofreu uma explosão, fragmentando-se e sendo expandida até tornar-se o Universo como o conhecemos. Essa teoria recebeu o nome de Teoria do Big Bang do astrônomo Fred Hoyle, que a usou pela primeira vez durante uma série de palestras radiofônicas sobre Astronomia que proferiu pela BBC de Londres, e que mais tarde foi publicada em formato de livro: “The Nature of the Universe” (1950).

Hoyle acreditava, como todo cientista ateu de sua época, que o Universo era eterno, tendo sempre existido, até que um padre e cosmólogo belga chamado Georges Lemaitrê (1894-1966) sugeriu que o Universo não era eterno, mas tivera um início repentino, como afirma o livro de Gênesis. Devido à sua resistência à teoria, por apontar para a existência de um Criador, Hoyle a chamou, jocosamente, de “Teoria do Big Bang”, e o termo pegou. Lemaitrê, por sua vez, acreditava que Deus provocara essa explosão que dera início ao Universo. A teoria foi esquecida durante um tempo, até que, em 1929, Milton La Salle Humason percebeu, em seus estudos sobre a luz das galáxias no observatório de Monte Palomar, que havia um afastamento progressivo para as galáxias mais distantes, indicando uma dilatação universal. Traduzida em números, essa descoberta permitiu ao astrônomo Edwin Hubble usar uma progressão aritmética, que mais tarde foi chamada de Constante de Hubble (ou Lei de Hubble), que comprova a Teoria do Big Bang. Essa progressão aritmética é chamada até hoje de “régua cósmica”, utilizada para confirmar quaisquer teorias de astrônomos e cosmólogos de todo o mundo.

“Todo o raciocínio sobre o Big Bang é derivado da Lei de Hubble (V=KR), que diz que uma galáxia que se move com uma velocidade V aumentará essa velocidade à medida que se distancie de um determinado ponto de referência (R), que aumenta. Daí entende-se que o universo está em franca expansão. Contudo, se raciocinarmos de forma invertida, ou seja, pensando de volta ao passado e não indo para o futuro, veríamos o universo encolhendo até atingir um ponto inicial onde todo ele estivesse ali concentrado. Então, quando se diz ‘grande explosão’ – Big Bang –, está se falando de um momento quando esse processo de expansão começou. Acredita-se que, numa fração de segundo, o tamanho do universo passou de um bilionésimo de um próton para o tamanho de uma laranja”, explica o professor e físico Antonio Delson Conceição de Jesus, membro da Assembleia de Deus em Feira de Santana (BA).

O detalhe é que a Teoria do Big Bang não responde a todas as perguntas sobre a origem do Universo, mas, muito ao contrário, levanta outros questionamentos que apontam para o Deus da Bíblia. “É importante ser dito que a Teoria do Big Bang não se trata de uma teoria que se apresenta como a única verdade sobre tudo, mas apenas como uma teoria que tenta explicar cientificamente como foi o início do Universo. O fato de explicar como foi o início do Universo e até como ele se desenvolveu não implica em negar que o Universo possui um Criador. Ao contrário, abre espaços para que se possa refletir sobre isso”, explica o professor Antonio Delson.

Ora, pelo que se sabe hoje cientificamente, o Universo não é eterno, mas teve um início (como a Bíblia também afirma), o que significa que a única coisa que havia e há de eterno está fora do Universo e existia antes dele, tendo provável e logicamente dado origem a ele. Esse “algo eterno” – ou, melhor dizendo, Alguém eterno –, que existia antes do Universo e o provocou, pode ser, como admitem alguns cientistas, sem dúvida alguma o Deus da Bíblia.

Em sua obra “Mostre-me Deus”, o jornalista científico Fred Hereen, que trabalhou para os jornais The Boston Globe, Wall Street Journal, Washington Times e The Chicago Tribune, mostra como a Teoria do Big Bang revolucionou a Cosmologia e levou muitos cientistas a admitirem, mesmo a contragosto, a existência de Deus. Outras obras importantes sobre esse assunto são “E agora, como viveremos?”, de Charles Colson e Nancy Pearcey, e “Verdade Absoluta”, de Nancy Pearcey, ambas publicadas no Brasil pela CPAD.

Em linhas gerais, que fazem os cientistas antiteístas (anti-Deus) para tentarem eliminar a irresistível “possibilidade Deus” da Teoria do Big Bang? Defendem que essa matéria condensada (o “Universo primevo”), menor que a cabeça de um alfinete, era eterna. Porém, essa é a vertente da Teoria do Big Bang menos aceita, uma vez que trata-se de uma mera conjectura sem provas que a suportem, quando o que há de concreto mesmo é o que a Constante de Hubble demonstra: que o Universo teve um início, nunca foi eterno. Ela demonstra que tanto o espaço quanto o tempo passaram a surgir somente quando o Universo propriamente dito passou a existir depois da tal “explosão”. Antes dessa “explosão”, não havia tempo e espaço porque não havia Universo. O espaço e o tempo são propriedades que surgiram com o surgimento do Universo. Portanto, no máximo, o que pode-se dizer é que afirmar que essa matéria inicial condensada era eterna é apenas uma conjectura muito pouco provável, enquanto afirmar que não era eterna é muito mais provável, pois tudo indica que o que havia e há de eterno mesmo é o que estava fora dela e está fora do Universo, e que provavelmente lhe deu origem.

Cosmólogos e astrônomos teístas crêem que Deus criou essa matéria condensada incutindo nela Leis – as Leis da Natureza e do Universo, que o ser humano vai descobrindo aos poucos em suas investigações científicas. Em seguida, acreditam, após a “explosão”, após esse “start” (que teria sido o “Haja luz” bíblico – Gn 1.3), essa matéria minúscula, obedecendo Seus comandos que lhe foram incutidos, deu origem ao Universo na ordem descrita em Gênesis. Alguns dos cientistas crentes que assim acreditam são evolucionistas teístas, outros são adeptos do Design Inteligente e há ainda alguns criacionistas científicos, que questionam apenas essa contagem de “bilhões de anos” e a ideia de que os dias da criação não são dias literais de 24 horas (Nós, evangélicos, em sua maioria, cremos que os dias de Gênesis 1 são dias literais de 24 horas – esta é, inclusive, a posição de nós que fazemos o jornal Mensageiro da Paz). Há ainda os cientistas agnósticos, que não admitem que Deus criou e provocou tudo isso, preferindo apenas colocar isso “no campo das possibilidades”.

Não é à toa que cientistas antiteístas como Richard Dawkins, reconhecendo que a Teoria do Big Bang aponta irresistivelmente para um Criador, preferem crer que (1) existem vários universos (algo absolutamente impossível de provar), que (2) um extraterrestre de uma civilização avançadíssima de um universo paralelo ao nosso teria colocado na matéria condensada inicial que se tornaria o nosso Universo as Leis que deram origem a ele e (3) teria também provocado a tal “explosão”. O nosso Universo, segundo Dawkins, pode muito bem ser fruto de uma experiência de extraterrestres (sic)! É o que ele expressamente diz em entrevista gravada em vídeo ao ator e jornalista judeu americano Ben Stein no documentário “Expelled: No Inteligence Allowed” (2008), já disponível na íntegra na Internet com legendas em português. Esse documentário já ganhou vários prêmios, entre eles o Prêmio Liberdade de Expressão do Entertainment Merchants Association. Essa teoria de Dawkins mostra até que ponto pode chegar a “lógica” do ser humano para não admitir a existência de Deus.

“Infelizmente, a Ciência considerada oficial e a Cosmologia não incorporam em suas investigações o fator criação do Universo. Até porque seu campo de estudo restringe-se particularmente à investigação do que surgiu a partir do ‘ponto inicial’, não podendo ir além disso. Além disso, só a filosofia e a religião. Além do mais, devido ao fato de a Ciência dominante de hoje ser materialista e atéia, a maioria dos cientistas também evita comentar ou incluir em sua teoria o fato do Universo ter sido criado por Deus. Seja como for, fato é que nenhum cientista tem autoridade, via Teoria do Big Bang, para negar a existência de Deus”, explica o professor Antonio Delson.


A experiência do LHC

No que consiste exatamente a experiência do LHC (Large Hadron Collider)?

“Pela Teoria da Relatividade, a massa pode se transformar em energia e vice-versa. Assim, aceita-se a ideia de se acelerar partículas pesadas (hádrons) em sentidos opostos para uma colisão, na qual elas se espatifarão diante de placas receptoras sensíveis que ‘coletarão’ os resultados para análise.

Muitas partículas serão produzidas nessa colisão, entre elas a mais importante de todas, o ‘bóson de Higgs’. O que eu lamento é a cifra gasta para tal empreendimento, diante de 3 bilhões de pessoas que vivem em miséria quase que absoluta. Essa é uma questão filosófica de grande importância. É claro que existe o mérito científico e que esse empreendimento pode responder a muitas questões importantes para a Ciência e daí a justificativa dos recursos ali alocados. Contudo, esse e outros projetos que existem, inclusive em outras áreas da Ciência, os quais gastam bilhões e bilhões de dólares, e também os gastos e desperdícios bilionários que os países ricos fazem a cada ano em seus prazeres e deleites, apenas declaram a nossa falência moral e espiritual enquanto humanidade, em plena virada do milênio”, afirma professor Delson.

“A principal consequência desse empreendimento é a prova da teoria mais bem aceita no mundo cientifico sobre a origem do universo – a Teoria do Big Bang. A outra consequência que está diretamente ligada a ela é a produção do ‘bóson de Higgs’, de que já falamos, que é uma partícula que, na teoria, deu matéria ao Universo. Essa partícula carregou a energia do campo de Higgs, com o qual outras partículas interagiram e ganharam massa. Nesse ponto, vale ressaltar uma coisa importante: se essas partículas que sustentam o universo não forem encontradas, as teorias científicas que defendem esse tema estarão em apuros. E se elas forem encontradas, essas teorias serão comprovadas do ponto de vista do Modelo-Padrão. Como o Modelo-Padrão inclui a Teoria da Evolução, algumas pessoas podem se perguntar: ‘Comprovadas essas teorias que compõem o Modelo-Padrão, comprova-se também a Teoria da Evolução?. A resposta é não. Confirma-se a sequência de conclusões científicas a partir do que o Modelo-Padrão determina, mas não toda a Teoria da Evolução. Por exemplo, esse Modelo-Padrão permitiria a conclusão de que as moléculas orgânicas surgiram há cerca de 4 bilhões de anos, mas não garante a confirmação de outros aspectos da Teoria de Evolução, como as mutações, a recombinação genética, a variabilidade, a seleção natural, a adaptação e outros aspectos essenciais da Teoria da Evolução que gozam de dificuldades científicas nas suas afirmações conclusivas”, ressalta professor Delson.

Enfim, dizer que a Teoria do Big Bang, se plenamente corroborada pelos experimentos, colocaria em choque fé e ciência é um dos maiores “factóides” antiteístas dos últimos anos. Ademais, entre a Bíblia e as imprecisões humanas, nos apoiamos sempre na Palavra de Deus.

Muitos cientistas, inclusive agnósticos, ressaltam que o LHC, o acelerador de partículas, ainda que seja bem-sucedido em todos os experimentos, diferentemente do que tem sido pregado pela imprensa ateísta, não trará todas as respostas sobre a origem do Universo

Duilia de Mello, astrônoma da Nasa e professora de Astronomia nos Estados Unidos, ressalta que “não existe contradição entre teologia e ciência. Sempre voltaremos para a necessidade do Criador, porque a ciência não pode ir além do ponto inicial que deu origem ao Universo. Por enquanto, só existe uma explicação sobrenatural”

A vastidão do Universo, vista muito parcialmente nesta imagem do Telescópio Hubble, é obra das mãos de Deus. (fonte CPAD NEWS)

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